terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Desafio do momento

Faltam apenas alguns meses para as eleições de outubro. Aproxima-se o momento em que os brasileiros terão, no dizer de um analista, “de eleger alguém sem confiar em ninguém”.
O Brasil se vê às voltas com um problema que nunca o acometeu: a falta de lideranças. Nem durante o regime militar isso ocorreu. Ao contrário, a ditadura deu consistência aos políticos.
Em entrevista recente, o brasilianista inglês Kenneth Maxwell, autor de “A Devassa da Devassa”, sobre a Inconfidência Mineira, compara o Brasil com a Itália da operação Mãos Limpas.
Segundo ele, lá, juízes honestos, ao darem combate à corrupção de políticos e empresários, acabaram destruindo o sistema político, abrindo espaço para o surgimento de Silvio Berlusconi.
A Lava Jato pode estar executando o mesmo trabalho. A operação está dizimando os políticos profissionais. Poucos políticos de expressão escaparam até agora ao seu enquadramento.
Há anos que o debate político se resume às oposições entre Lula e Fernando Henrique. O grande sismo se deu com o impeachment de Dilma Rousseff, seguido do julgamento de Lula.
A população foi colocada em dois lados. O desafio para o futuro próximo será encontrar alguém capaz de unir essas duas partes, traçando um rumo aceitável para o Brasil.
Trata-se de uma tarefa a ser executada em prazo curto. Faltam candidatos que cumpram aquele requisito. A maioria dos políticos brasileiros é de homens com mais de 70 anos.
O PT não tem candidato. Lula não deixou que surgisse alguém que lhe fizesse sombra. Por isso todo esse investimento psicológico do partido em forçar a sua candidatura.
O Brasil precisa de políticos jovens e que não estejam contaminados pelas ideologias ou a corrupção. Mas essa necessidade não pode favorecer o aparecimento de algum aventureiro.
O país já teve dessas experiências antes. As apostas foram desastrosas e voltam a se apresentar agora a um eleitorado desorientado, prestes a se agarrar ao que for mais convincente.
Fonte: O Tempo

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