Preso na quinta-feira (16) e solto no dia seguinte, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), encontrou-se na cadeia com o o correligionário e ex-governador do estado Sérgio Cabral, condenado e alvo de 16 processos na Operação Lava Jato, e depois desabafou: “Eu não posso dizer que foi tudo bem. Não é uma situação agradável. É muito triste. O sistema carcerário é muito degradante”, declarou o cacique peemedebista, acusado de crimes como corrupção, evasão de divisas e organização criminosa.
Com 62 anos, Picciani ficou por 24 horas na companhia dos parceiros de partido e de Alerj Edson Albertassi e Paulo Melo, também alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Segundo o jornal O Globo, que faz o relato sobre as impressões do deputado a respeito do sistema carcerário, Picciani explicou que não tinha como deixar de conversar com seu companheiro de partido. Mas ele não informou o conteúdo do diálogo.
“Eu encontrei com todo mundo que está preso lá. É um corredor. Não tinha como não encontrar com o ex-governador. Quando cheguei, as celas já estavam fechadas. Elas fecham às 18h. Mas, de dia, depois das 8h, os guardas abrem. E todos ficam no corredor. Todos se encontram. Todos conversam”, explicou o presidente da Alerj, acrescentando ter sido tratado “com todo respeito”.
“Eu nunca tinha sido preso e só quem já foi sabe como é. A prisão não é uma situação confortável, mas eu fiquei com dignidade. Fui tratado com respeito pelos funcionários, que foram duros, mas serenos no cumprimento de suas funções. Me trataram com todo respeito, sem nenhum privilégio. [...] O sistema carcerário é muito degradante. As pessoas sofrem muito. A Justiça mantém as pessoas presas e não revisam seus casos”, acrescentou Picciani.
O deputado disse ainda que respeita a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), mas salientou que discorda da determinação de prisão e da suspensão do mandato alegando que ela decorre de “palavras mentirosas” de delatores. Há 27 anos na política, “o mais poderoso cacique” político do Rio, nas palavras do jornal, dividiu a cela e o seguinte cardápio com outros cinco presos: arroz, macarrão, feijão, uma porção de proteína (carne, frango ou peixe) e salada, além de fruta ou doce como sobremesa, e suco de fruta. Com informações do Congresso em Foco.
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