quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Em mensagem à Assembleia, Robinson lista ações do governo e apela por ajuste

Num pronunciamento marcado por momentos de forte emoção, mas de nenhum arrependimento ou demonstração de mágoa com a difícil tramitação no Legislativo do pacote fiscal em janeiro, o governador Robinson Faria fez nesta terça-feira, 6, um balanço de sua gestão iniciada em 2015 durante a mensagem anual à Assembleia Legislativa.
Num discurso lido com algumas pausas inesperadas e repetições de frases como que querendo marcar ideias, Robinson recitou o que parece ser seu mantra nos últimos meses: a de que a crise no RN não saiu do seu governo, não pertence a ele.
“Não fui eu, governador, quem quebrou o Brasil ou a Petrobras. E não foi nosso governo que quebrou o estado”, lembrou.
No começo, foi logo avisando: “Trago hoje aqui vários sentimentos, muitas informações e algumas mensagens”. Não foram algumas, mas várias. A primeira voltou um pouco no tempo, quando decidiu, contra todos os prognósticos, enfrentar o então deputado federal Henrique Eduardo Alves nas urnas, em 2014.
“Quando decidi me candidatar a governador do Estado, não faltou quem me alertasse que aquele não seria um bom momento”, confidenciou para o público de autoridades.
Para, em seguida, arrematar: “Quando a gente vê um problema no horizonte, um problema que afeta a vida de milhares de pessoas, os fracos tendem a desviar o caminho ou a fugir para longe”.
Só então, o governador lançou o primeiro apelo aos deputados: “(…)Temos projetos importantes a serem votados, que estão nesta Casa e que precisam de um olhar cidadão, um olhar democrático e, acima de tudo, um olhar humano (…)”
Ao recordar aos presentes que projetos hoje demonizados por muitos, pela dureza do conteúdo, estão na Casa desde 2015, Robinson relembrou uma frase dita recorrentemente nos últimos dois meses: “Antigamente, governar era escolher onde gastar e investir. Mas desde quando assumi, governar passou a ser escolher o que se pode pagar”.
Foi então que ele foi direto a um dos pontos que considera os mais fortes de sua administração: o de ressuscitador de obras abandonadas por governos anteriores.
“Temos exemplos, vários, de obras paradas com mais de 15, 20 anos, que foram retomadas em nossa gestão, como a Central da Agricultura, o prolongamento da Prudente de Morais e principalmente a retomada da Moema Tinoco, para citar três exemplos”, afirmou.
Para Robinson, o desequilíbrio financeiro do RN não vem de hoje. Ele é consequência de um problema estrutural que vem crescendo ao longo de décadas, agravado drasticamente pela crise nacional, que derrubou as receitas e nos deixou sem caixa para os salários.
E tocou na ferida que desagrada a muitos dentro do funcionalismo.
“A história do RN – afirmou – é marcada pelo ingresso de servidores vindos de fundações e pela aprovação de planos de cargos que não se sustentam. Quando comparamos nossa folha com estados que têm orçamento semelhante, entendemos o tamanho do problema. E essa conta chegou”.

O governador também enumerou dezenas de obras e iniciativas de sua gestão, que vão da segurança pública, ao superar duas rebeliões e reconstruir um presídio dos escombros, ao turismo, por estradas e outras estruturantes. Ao todo, Robinson listou mais de 50 iniciativas. “No longo prazo, queremos salvar o RN para as futuras gerações. Não é fácil, mas não é impossível”, concluiu.

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