Saiu o Censo Escolar 2017. Como das vezes anteriores, os resultados não são animadores. O país segue patinando quando se trata da educação oferecida pelo poder público para a população até os 17 anos.
Pior: o quadro é de estagnação. Entre 2016 e 2017, o número de matrículas caiu na educação básica, no ensino fundamental e no ensino médio. Só teve melhora nas escolas para crianças de 4 e 5 anos.
Caímos de 45 milhões para 43,7 milhões de matrículas, incluídas as de escolas privadas. No ensino fundamental, a queda foi de 1,8 milhão. No ensino médio, de 383 mil. As reprovações contribuíram para isso.
Elas acontecem nos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. Neste, 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 abandonaram os estudos. Eles representam 15% do total dessa população.
A situação é dramática também com relação à estrutura física das escolas. No ensino fundamental, 8,2% delas não têm esgotamento sanitário, 45,7% não têm biblioteca, e 88,5% não têm laboratório de ciências.
No ensino médio, 10,7% das escolas não têm água da rede pública, e 37% não têm banheiro para pessoas com deficiência. Sem biblioteca são 12%, 54% não possuem laboratório de ciências.
Não surpreende a evasão dos alunos. A queda nas matrículas indica que a escola rapidamente deixa de ter interesse para eles. No ensino médio, eles ainda são pressionados pela necessidade de trabalhar.
Esse quadro vem de longe. Apesar dos discursos progressistas, todos os governos foram incapazes de alterar essa situação. Nesse ritmo, serão necessários 200 anos para universalizar o atendimento.
A escola está perdendo para o celular. O equipamento se colocou no lugar do professor, desafiando o aluno a participar da resolução dos problemas. Por conta própria, como auto-ditada, ele está se alfabetizando.
*EDITORIAL DE O TEMPO
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